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    postado em 07/05/2025 20:19

    Os ministros Flávio Dino e André Mendonça tiveram uma discussão acalorada durante a sessão desta quarta-feira (7) do Supremo Tribunal Federal (STF).

    O episódio ocorreu durante o julgamento que discute a constitucionalidade do artigo do Código Penal que prevê aumento de pena para crimes contra a honra praticados contra servidores públicos.

    No entendimento de Mendonça, xingamentos contra servidores não justificam o agravamento da pena. O ministro citou como exemplos casos em que políticos são chamados de "ladrão".

    "O que se espera do servidor público é estar sujeito a críticas. Mais ácidas, injustas, desproporcionais", afirmou.

    Após a afirmação, Flávio Dino rebateu a fala de Mendonça.

    >> Confira o diálogo:

    Mendonça: "Ladrão é uma opinião sobre a pessoa. Não é um fato específico."

    Dino: Ministro André, para mim é uma ofensa grave. Não admito que alguém me chame de ladrão. Quero só informar Vossa Excelência que, por favor, consignemos todos que eu não admito. Na minha ótica, é uma ofensa gravíssima."

    Mendonça: "Se uma pessoa não puder chamar um político de ladrão?"

    Dino: "Ministro do Supremo pode?"

    Mendonça: "Eu não sou distinto dos demais."

    Dino: "Se um advogado subisse na tribuna e dissesse que Vossa Excelência é ladrão, eu ficaria curioso para ver a reação de Vossa Excelência."

    Em seguida, o ministro Alexandre de Moraes disse que ofensas contra servidores devem ser tratadas como crime, e não como liberdade de expressão ou cerceamento de críticas contra políticos e juízes, por exemplo.

    "Eu acho extremamente grave alguém me chamar de ladrão. Não é porque a pessoa optou pelo serviço público que ela perde a honra, perde a dignidade. A pessoa tem que saber o limite da crítica", completou Moraes.

    Após a discussão, julgamento do caso foi suspenso e será retomado nesta quinta-feira (8).

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