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    postado em 13/08/2025 22:38

    A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro pediu nesta quarta-feira (13) ao Supremo Tribunal Federal (STF) absolvição na ação penal sobre a trama golpista.

    A manifestação está nas alegações finais que foram encaminhadas ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo. O prazo final de 15 dias para os advogados dos réus protocolarem suas manifestações termina nesta quarta-feira (13), às 23h59.

    As alegações representam a última manifestação dos réus antes do julgamento que pode condenar ou absolver os acusados.

    No documento, os advogados sustentam que Bolsonaro não praticou atos para promover um golpe de Estado e reverter o resultado das eleições de 2022.

    “A verdade, que a muitos não interessa, é que não há uma única prova que atrele o Peticionário ao plano “Punhal Verde e Amarelo” ou aos atos dos chamados Kids Pretos e muito menos aos atos de 8 de janeiro”, disse a defesa.

    Além de Bolsonaro, mais seis aliados devem apresentar suas alegações. Por estar na condição de delator, Mauro Cid entregou as alegações no mês passado. 

    >> Veja os réus do núcleo 1: 

    • Jair Bolsonaro - ex-presidente da República; 
    • Alexandre Ramagem - ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
    • Almir Garnier - ex-comandante da Marinha;
    • Anderson Torres - ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do Distrito Federal;
    • Augusto Heleno - ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
    • Paulo Sérgio Nogueira (general), ex-ministro da Defesa;
    • Walter Braga Netto - ex-ministro de Bolsonaro e candidato à vice na chapa de 2022.
    • Mauro Cid (tenente-coronel), ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. 

    Processo inusitado

    Os advogados de Bolsonaro também consideram que a ação da trama golpista é um processo “histórico e inusitado”.

    “Os réus são tratados como golpistas, como culpados, muito antes de a defesa ser apresentada. Uma parte expressiva do país, a maioria da imprensa não quer um julgamento, quer apenas conhecer a quantidade de pena a ser imposta”, disse a defesa.

    Delação

    Os advogados também criticaram a delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

    “Uma delação manipulada desde o seu primeiro depoimento e, portanto, imprestável. Mauro Cid se protegeu apontando o dedo àquele cujos atos foram sempre públicos e de governo”, completaram os advogados.

    Próximos passos

    Após a entrega das alegações, o ministro Alexandre de Moraes deverá liberar para o julgamento da ação penal referente ao núcleo 1 da denúncia apresentada contra Bolsonaro e seus aliados.

    Caberá ao presidente da Primeira Turma da Corte, ministro Cristiano Zanin, marcar data do julgamento.

    A expectativa é de que o julgamento que vai decidir pela condenação ou absolvição dos acusados ocorra em setembro.

    Além de Alexandre de Moraes, o colegiado é formado pelos ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux.

    Os réus respondem pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

    Em caso de condenação, as penas podem passar de 30 anos de prisão.  

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