

Durante o Evento Especial sobre Clima para Chefes de Estado e de Governo, na Organização das Nações Unidas, Lula lembrou que as novas NDCs serão determinantes para os debates que serão travados durante a COP30.
“A transição energética abre as portas para uma transformação produtiva e tecnológica equiparável à revolução industrial. As NDCs são o mapa do caminho que guiará cada país nessa mudança. Elas não são meros números ou percentuais, são uma oportunidade para repensar e reorientar a política e investimentos rumo a um novo paradigma econômico. Para que isso ocorra em escala global, as nações ricas precisam antecipar as suas metas de neutralidade climática e ampliar o acesso a recursos e tecnologias a países em desenvolvimento”, defendeu.
“Queremos promover uma cúpula de lideres que propicie um diálogo franco e direto à altura da missão que as nossas sociedades nos confiaram. Temos a chance de reparar injustiças e construir um futuro próspero e sustentável para todos. Por isso, faço um apelo para os países que ainda não apresentaram as suas NDCs: o sucesso da COP 30 depende de vocês”, concluiu Lula.
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Negacionismo
Lula co-presidiu, ao lado do secretário-geral da ONU, António Guterres, o evento, com autoridades de diferentes países. Segundo o presidente, a COP30, que ocorrerá em novembro, em Belém, será a COP “da verdade”, pois mostrará o grau de compromisso dos países no enfrentamento às mudanças climáticas.
“Vamos juntos fazer da Amazônia o palco de um momento decisivo da história do multirateralismo. Tenho dito ao secretário-geral que a COP30 é a COP da verdade. Ela vai ter que dizer se acreditamos ou não no que a ciência está nos mostrando. Se nós, líderes e chefes de Estado, confiamos ou não na ciência”, discursou.
“Ao sediar a COP, na Amazônia, o Brasil quer mostrar que não há como preservar a natureza sem cuidar das pessoas. Não há como revolucionar a nossa relação com o planeta sem engajar uma ampla gama de atores”, complementou.
O presidente brasileiro criticou o negacionismo climático e acrescentou que há também um negacionismo multilateral, que ameaça compromissos globais.
“O negacionismo que enfrentamos não é apenas climático, mas também multilateral. Ninguém está a salvo dos efeitos da mudança do clima. Muros nas fronteiras não vão conter secas e tempestades. A natureza não se curva a bombas nem a navios de guerra. Nenhum país está acima do outro. O risco do unilateralismo é a reação em cadeia que ele provoca. Cada compromisso rompido é um convite para atitudes isoladas. O resultado é um círculo vicioso de desconfiança e paralisia. Precisamos resgatar a convicção na mobilização coletiva”, alertou.
O presidente destacou a posição do Brasil com o comprometimento de redução das emissões de gases do efeito estufa.
“Estamos comprometidos em reduzir as emissões de todos os gases do efeito estufa entre 59% e 67%, [até 2035, em comparação com o que o país emitiu em 2005] abrangendo todos os setores da economia. Nossa meta de zerar o desmatamento até 2030 contribuirá para concretizar esse objetivo”, afirmou.
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