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    postado em 09/10/2025 12:15

    A inflação apurada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) fechou setembro em 0,52%. No ano, o indicador soma 3,62%. Já no acumulado de 12 meses, a alta é de 5,1%.

    Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    Salários

    O INPC é muito utilizado como indexador para cálculo de reajuste anual de salários de diversas categorias.

    O salário mínimo, por exemplo, além de outras métricas, leva o INPC anual de novembro para chegar ao valor no ano seguinte. O seguro-desemprego, o benefício e o teto do INSS são reajustados com base no resultado de dezembro.

    Resultado no mês

    Em setembro, dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, três apresentaram deflação (recuo de preços na média):

    •  Habitação: 3,28%
    •  Vestuário: 0,60%
    •  Despesas pessoais: 0,33%
    •  Educação: 0,08%
    •  Saúde e cuidados pessoais: 0,03%
    •  Transportes: 0,02%
    •  Comunicação: -0,22%
    •  Alimentação e bebidas: -0,33%
    •  Artigos de residência: -0,45%

    A queda de preços de alimentos e bebidas acontece pelo quarto mês seguido.

    A explicação para a alta da habitação está no encarecimento da conta de luz (10,57%), causada pela devolução do Bônus Itaipu, desconto na conta de agosto que beneficiou 80,8 milhões de consumidores.

    Além do fim do bônus, a conta de luz sofre influência da vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adicionou R$ 7,87 na conta de luz a cada 100 Kwh consumidos.

    A cobrança extra é determinada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para custear usinas termelétricas em tempos de baixa nos reservatórios das hidrelétricas. O adicional é necessário, pois a energia gerada pelas termelétricas é mais cara que a hidrelétrica.

    Para outubro, a Aneel determinou a volta da bandeira vermelha patamar 1,com adicional de R$ 4,46.

    INPC x IPCA

    O IBGE divulgou também nesta quinta-feira o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), conhecido como inflação oficial, que ficou em 0,48% em setembro e 5,17% em 12 meses. 

    A diferença entre os dois índices é que o INPC apura a inflação para as famílias com renda de um até cinco salários mínimos e o IPCA para lares com renda de um até 40 salários mínimos. Atualmente o mínimo é de R$ 1.518. 

    O IBGE confere pesos diferentes aos grupos de preços pesquisados. No INPC, por exemplo, os alimentos representam quase 25% do índice, mais do que no IPCA, cerca de 21%, pois as famílias de menor renda gastam proporcionalmente mais com comida. Na ótica inversa, o preço de passagem de avião pesa menos no INPC do que no IPCA.

    De acordo com o IBGE, a apuração do INPC “tem por objetivo a correção do poder de compra dos salários, através da mensuração das variações de preços da cesta de consumo da população assalariada com mais baixo rendimento”.

    A coleta de preços é feita em dez regiões metropolitanas: Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre. A coleta também é feita em Brasília, Goiânia, Campo Grande (MS), Rio Branco, São Luís e Aracaju.

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