


Interior de baleia jubarte inflável exposta no Jardim Botânico do Rio de Janeiro Alexandre Machado/Divulgação
Os visitantes poderão ter uma experiência imersiva e entrar na baleia para conhecer a sua anatomia e a importância da conservação do animal, que visita a costa do Brasil durante o inverno. Na réplica, que pertence ao Projeto Baleia Jubarte, o público vai observar, em escala real, o corpo do animal e seus principais órgãos.
“O Projeto Baleia Jubarte é uma organização não governamental que desenvolve também ações de pesquisa e de educação ambiental. Eles têm essa baleia em tamanho real, e a gente pode entrar nela e ver a estrutura dela por dentro. É sucesso total”, completou o coordenador, Paolo de Castro Massoni, em entrevista à Agência Brasil, destacando que é uma atração para as crianças.
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Pesquisador e coordenador do Núcleo de Extensão do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Massoni contou que o Projeto Baleia Jubarte também disponibilizou para a programação uma réplica, em fibra em tamanho real, da cauda de um espécime, com cerca de quatro metros de largura. A peça está no gramado e faz parte da exposição. "Está muito bonita. Ficou uma montagem bem legal”, adiantou.
De acordo com o pesquisador, a baleia jubarte quase chegou à extinção, em consequência da caça indiscriminada que durou séculos e foi intensificada por tecnologias modernas no Século 19, como o navio a vapor e o canhão-arpão.
“A matança reduziu as jubartes do Atlântico Sul a poucas centenas de animais, até ser proibida totalmente em 1968. Em 2014, a jubarte saiu da lista oficial de espécies ameaçadas, e está rumo à recuperação total da sua população”, relatou Massoni.
'Planeta Água'
Indicado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, o tema da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia neste ano é Planeta Água: cultura oceânica para enfrentar as mudanças climáticas no meu território. A programação do Jardim Botânico do Rio de Janeiro conta com mais de 30 atividades, e os visitantes poderão ainda participar de trilhas guiadas, realidade virtual, exposições e palestras. As atividades são educativas, baseadas na cultura oceânica e gratuitas. Para acessar o arboreto, não é preciso adquirir o ingresso do parque.
Paolo de Castro Massoni explica que a exposição é uma atividade de extensão do Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico. "Assim como as universidades, a gente tem atividades de ensino, de pesquisa e de extensão. As de extensão são as atividades que a gente faz para a comunidade, a sociedade como um todo. A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia é uma dessas atividades, e uma agenda do Ministério da Ciência, Tecnologia. Este ano, o tema é cultura oceânica. Por isso, a baleia e outras atividades que tratam sobre o mar, o oceano”, informou.
Massoni disse que o tema central foi um desafio para os especialistas do Instituto, porque, ainda que o Jardim Botânico do Rio de Janeiro conte com um laboratório sobre algas, boa parte das pesquisas desenvolvidas são relacionadas a ecossistemas terrestres.
"Convidamos instituições e grupos de pesquisa de universidades que tratam do tema oceano, e estamos realizando a semana neste sentido”, contou.
Visitas guiadas
Algumas atividades, como as visitas guiadas, não abordam especificamente o tema do oceano, mas a questão ambiental como um todo, destacando a importância dos ecossistemas terrestres e do bioma mata atlântica, que tem interação com o mar, explica o coordenador.
"É um bioma que está na costa e tem restingas e manguezais. [As trilhas] Não são diretamente sobre o oceano, mas, no sentido ambiental, têm uma interação. São temas que a gente aborda aqui também”, afirmou, acrescentando que, entre essas atividades, o ICMBio levou para a programação informações sobre a Reserva Extrativista de Arraial do Cabo.
Uma das visitas guiadas é ao cactário, onde estão espécies de cactáceas nativas das restingas, “mostrando a diversidade dessas plantas adaptadas a solos arenosos, alta salinidade e intensa radiação solar, além dos desafios para sua conservação diante das mudanças climáticas, urbanização litorânea e perda de habitat”.

Cacto estrela do mar exposto no Jardim Botânico do Rio de Janeiro - Alexandre Machado/Divulgação
Outra atração é a Trilha das Abelhas sem Ferrão ? Polinizadoras de Manguezais e Restingas. Nesta atividade, o público vai fazer um trajeto pelo arboreto e conhecer os ninhos naturais de abelhas sem ferrão, passando pelo meliponário, para observar outras espécies e provar os seus méis. Para o coordenador, pode ser uma forma de o público perder o medo de abelhas.
“São abelhas e colmeias que já ficam aqui no Jardim Botânico, no arboreto. É uma das trilhas temáticas que a gente está mostrando, com cerca de dez espécies de abelhas nativas”, afirmou.
O pesquisador explicou que o arboreto é uma coleção viva, o que diferencia o Jardim Botânico de um parque nacional convencional. “Por isso que tem restrições, não pode fazer picnic em qualquer lugar, não pode jogar bola. Ele é uma coleção biológica viva, então, todas as árvores são catalogadas e controladas. Tem toda uma pesquisa que controla elas”, pontuou.
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